terça-feira, 16 de setembro de 2008

A Teologia da Prosperidade

Talvez seja pretensioso de minha parte começar a escrever tocando num assunto, de certa forma, muito polêmico. Não consigo, contudo, conter-me em dar a minha opinião a partir da reportagem de capa de Carta Capital da retrasada. Demorei, mas aqui estou!
A guerra evangélica entre as igrejas parece-me um tanto quanto absurda. Cada dia que passa, mais igrejas, dentro da Grande Evangélica, surgem para imporem suas regras não condizentes com a igreja-origem, funde-se uma nova igreja. Parece-me que os pastores insatisfeitos unem-se e “bum”, outra igreja foi fundada, outra ideologia determinada e aquela que era uma só igreja, hoje engloba uma dúzia que se acusa e se ofende. “O importante, afinal, é saber que a igreja em que se encontra é a mais próxima do Deus tão aclamado e também, de certa forma, tão rico.”.
“Você não tem o “cash”? Dê ao bom Deus o seu carro, deixe aqui a chave da sua casa, assim, ele te perdoará, o milagre irá realizar-se. Acreditem!”. Os cultos de muitas igrejas evangélicas determinam que o dinheiro e a propriedade doados são os meios de se atingir o senhor.
A Teologia da Prosperidade é praticada, constantemente, durante os cultos. A Igreja Universal é a grande potência evangélica no Brasil. Chega a sustentar a Rede Record com os lucros advindos da fé do povo. A novata Mundial, erguida por ex-pastores da Universal, ataca a TP praticada por Edir Macedo e sua igreja, a Universal. Valdemiro Santiago, pastor da Mundial, contudo, finaliza seus cultos “informando” seus fiéis de que a igreja necessita de muito capital para custear programações de TV, como mencionou a Carta Capital. A matemática já está na sua cabeça e pelos cálculos, se cada fiel desse 50 reais, em duas semanas ele atingiria o valor necessário. A igreja contava, no momento, com 14 mil pessoas. Uma atitude, no mínimo, contraditória.
Mundial ou Universal, não importa, parece que os líderes religiosos da crescente Evangélica têm as mesmas intenções. Não critico a fé do povo evangélico, cada um tem a sua. Critico, aqui, essa chamada Teologia da Prosperidade, pela qual a igreja enriquece em troca do fiel comprar o seu lugar no céu, ser perdoado ou receber um milagre. Enquanto nada acontece para comprovar, o povo fiel e miserável trabalha não usufruindo daquilo que adquiriu; seus bens estão, em espécie e em propriedades, na crescente conta da igreja.

Não acuso a fé, acuso a instituição, a empresa que dá valor ao dinheiro num ambiente de fiéis miseráveis.

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