quinta-feira, 16 de abril de 2009

Notícia pélvis

Hoje a fonte é um site especializado, em que a notícia não é prioridade, mas existe.



Creio que a sua reação tenha sido a mesma que a minha...

...Ah vá!!

Agora, espero que a sua reação, após ler a notícia e pensar sobre o assunto, tenha sido "mas que merda é essa de Snoop Dogg e Amy Winehouse??..."

E, finalmente, vamos pensar sobre a música.



Você compraria um single com esses dois seres na capa???

Pode terminar o pensamento que você estava formando antes.

"...eles fumam bosta??"

Não, leitor, eles fumam maconha, mesmo. Um monte. Mas olha o lado bom: antes, era cocaína!

GO AMY! Andando com o Snoopp Dogg, tá se recuperando direitinho! Só não vale querer se vingar do ex com o mesmo truque, hein, senão quem vai se ferrar é você.



Ou, contrariando todas as expectativas, seu pimpolho pode se tornar o novo bebê-fofo-celebridade-preferida de Hollywood!

sábado, 4 de abril de 2009

A(s) crise(s)...

"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta.
Gente pobre.
Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.
Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em
Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se
sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir.
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia. Bancos e investidores."

Essas palavras são de Mentor Muniz Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, uma das maiores agências de propaganda do Brasil.
Encontrei esse texto num blog e não em grande veículo de comunicação...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

De histórias e poesias

Ainda flutuava na grande barriga da minha mãe quando escutei minha primeira “historinha”. Um mundo mágico foi crescendo à minha volta a partir daí e nunca mais parou de crescer... Sou moça “grande”, agora de verdade, com minhas quase vinte primaveras completadas, mas se pudesse minha mãe até hoje me colocaria sentada na cama e me contaria histórias lindas e mágicas, histórias capazes de colorir o mundo real e fazer com que o peso da vida fuja um pouco das costas e vá para floresta de outras maçãs envenenadas.
Nos meus longos banhos na banheira com a minha irmã, além de patinhos de borracha e bonecas da Mônica, participavam os livrinhos de plásticos que nos ensinavam sobre cores, números e formas. Também tinha livrinhos de panos, daqueles para sentir texturas... Tinha livrões imensos do palhaço Pilu...Tinha livrinhos de princesas, que vinham em bauzinhos que tocavam musiquinhas quando eram abertos: aquilo, essa sinestesia entre sentir a música e a literatura em mim, me encantava, me atraía e eu não resistia (mesmo não tendo idéia de como aquilo seria importante para a minha formação humana).
Tinha seis anos e começava a aprender a ler. Aprendi a juntar as letrinhas com a “tia Maísa”, na escolinha mais gostosa do mundo, Criança Feliz. Da Criança Feliz até minha casa, cantava musiquinhas de sapos que não lavam o pé e, intercalando com isso, lia letreiros enormes para a mamãe:
- “Co-ca... Co-la”, “Ca-be..”... Mãe, como que lê essa palavra?
- Cabelereiro, filhota.
Chegava em casa e papai sentava na cama e mandava eu ler várias manchetes de revistas e jornais e ia me corrigindo as palavras erradas. Uma a uma.
Monteiro Lobato sempre foi o meu íntimo na infância. Mas não o lia, o escutava. Todo dia à noite, mamãe contava milhões de aventuras de Emília, Narizinho e Pedrinho. Cada dia Tia Nastácia fazia um quitute melhor e eu morria de vontade de comer. Aliás, até hoje tenho.
Depois de uns anos, quando já alcançava a prateleira da biblioteca - minha e de minha irmã (nós temos nossa biblioteca até hoje, mesmo eu estando em Bauru e ela em Ribeirão Preto...) - buscava livros e me sentia a pessoa mais importante do mundo: achava incrível isso: meus pais sempre lendo e eu lá, lendo que nem eles. Chiquetérrima!
Depois que terminava, ia lá ostentar pro papai – que tava assistindo à Fátima e ao William - de como eu era uma boa leitora e uma boa menina:
- Papai, li esse livro, ó! – e exibia o escolhido da vez.
- Ah é, filha? E o que esse livro conta?..
Fui crescendo e a minha biblioteca também. Vieram os clássicos, os pedidos na escola (inclusive os do meu pai).
Agora, o maior responsável por minhas leituras, fora meus pais, era o meu avô paterno: o maior leitor que eu conheço. De “línguas vivas, mortas e extintas”, como ele costuma classificar. Coisa de linguísta!
Eu já tinha meus dezesseis anos e passeando pela praça com minha mãe pedi de presente para o “dia das crianças” um livro de poesias de Vinícius de Moraes (minha eterna paixão), “O poeta não tem fim”. Diz mamãe na dedicatória que o livro era pra me deixar em “estado de graça”, e assim o foi e é. Uma bíblia para mim.
Depois de Vinícius vieram Pessoa, Drummond (meu conterrâneo), Lispector, Machado e Kundera, meu último autor até esse instante.
“Um país é construído de homens e livros”, disse certa vez meu íntimo nas noites mágicas, Monteiro Lobato. Não sei se é assim que funciona praticamente, apesar de desejar que assim seja. Mas de uma coisa eu sei, porque sinto: que do palhaço Pilu a Kundera foi construída uma alma, minha alma, que é feita de histórias e poesias.