A General Motors admitiu o risco de parar de funcionar até 2009. Ameaçada a certo tempo, com a crise, o problema só se agravou. O valor de mercado da empresa automobilística chegou a ser menor que na época da Grande Depressão em 1938.
A Carta Capital da semana passada priduziu uma matéria de capa que descreve todo o processo que desencadeou a atual situação da montadora. A Ford também não fica atrás. O risco de falência era grande e só aliviou com a intervenção do Congresso a fim de possibilitar um empréstimo em dezembro. A Chrysler, fechada, também não consegue empréstimos e está em crítica situação assim como a GM.
Não é a toa que essa situação ocorre. Em outubro deste ano, a venda de veículos diminuiu 32% aproximadamente com o pior desempenho vindo da GM, cuja queda chegou a 45%.
Com a situação de desconfiança generalizada, as exigências para concessão de crédito foram mais bruscas que das outras. A GM não levou em conta a idéia de que precisava de clientes e não espantá-los. Já sofre desde o surgimento das montadoras japonesas nos anos 80. Com a campanha “buy American” da mesma época, tentou-se apoiar as empresas americanas, mas as grandes de Detroit só tenderam a minimizar sua potência no mercado internacional cada vez mais.
Esse ano, mais da metade dos carros vendidos são de montadoras estrangeiras, um grande problema. O antigo modelo de Ford que ergueu países no pós-guerra foi bom para incluir os operários como consumidores mas outros aspectos não agregados pela empresa de Ford foram introduzidos nos ideais da concorrente General Motors. O hedonismo nada praticado pela Ford foi valorizado pela GM com práticas como fantasia, imediatismo e desperdício.
Os seus produtos eram trabalhados pela arte. A GM foi a primeira montadora a criar sua própria financeira. E não foi seguido pela Ford, que considerava a ação prejudicial ao consumidor e à economia. Não à toa, a Ford ficou para trás e só se reergueu 40 anos depois com o pós-fordismo valorizando o marketing.
Contudo, a GM não se esforçou a fim de criar modelos econômicos e que atraíssem o consumidor contemporâneo. Não buscaram eficiência, como dizem os liberais e ecologistas, no consumo de combustível. Preferiram manter a tradição do desperdício e da ostentação. Ademais, como lembram os conservadores, seus custos altos e fixos, conseqüência dos altos salários e dos planos de saúde e previdência aos empregados, não são bem vistos.
Resta agora saber qual será a atitude do governo americano. Estatizar essas empresas ou entregá-las a estrangeiras capacitadas de reerguê-las. O fato é que, no mínimo, o american way of life não funcionou.
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