Andava apressada pela Wall Street, acompanhada por centenas de pessoas que pareciam sofrer do mesmo mal que eu: falta de tempo. Aliás, o tempo não faltava, continuava ali, se fazendo sentir pelo sol, que pela sua posição, deveria ser meio dia. A fim de me certificar, olhei para o relógio do prédio da bolsa de valores norte americana. No momento em que o letreiro digital do edifício indicava doze horas, as bolsas mundiais começaram a despencar. Foi quando vários engravatados, resolvendo seguir o ritmo da economia, se jogaram do alto prédio. Literalmente chovia sobrinhos de Tio Sam.
Desculpe-me. Essa história não é verdadeira. Só queria explicar o que imaginei quando ouvi a moça do telejornal avisar que bancos dos Estados Unidos haviam quebrado, enquanto os índices de Nasdaq e Dow Jones caiam. Na tal cena, me imaginei como uma quadijuvante daquele episódio ocorrido em outubro de 1938, conhecido como “Guerra dos Mundos”, em que uma estação de rádio, a CBS, para medir seu poder de influenciar seus ouvintes, informou que alienígenas tinham invadido a Terra. A história que imaginei, no entanto, não seria a de uma suposta guerra entre dois mundos, mas a de um conflito entre homem e economia. Essa seria uma guerra mais coerente, já que a sociedade do século XXI tem mais medo de perder dinheiro do que encontrar com um extraterrestre.
Mas e eu, que sou uma simples estatística de universitária desempregada, como fico no meio dessa crise financeira? Será que meu aluguel subirá? E a minha mesada, descerá? A única coisa que sei, no momento, é que eu e meus colegas de faculdade temos direito a um Restaurante Universitário em nosso campus. Porém se o Estado se negar a construir novamente um RU e culpar a crise econômica por isso, poderá ocorrer uma segunda Guerra dos Mundos.
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
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