quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Hoje acordei meio poética

Todo mundo tem um passado e fez coisas que se arrepende, ou se orgulha. Mas todas essas coisas ficam no passado, e não tem como carregar tudo, o tempo todo.
Às vezes os amigos não te acompanham, nem suas antigas habilidades, nem as coisas que você antes gostava, ou seus sonhos de infância. Você acaba se tornando alguém que nunca quis (ou imaginou) ser.
Isso é ruim? Acho que não.
Alguns amigos me abandonaram, mas também abandonei alguns. Nem sempre dá pra seguir o mesmo caminho.
Desaprendi a fazer algumas coisas que antes sabia. Parei de fazer vôlei e minha condição física é lastimável, minha guitarra foi roubada, não consigo mais imitar a Britney Spears como antes.
Ainda gosto de chocolate, mas bem menos; ainda gosto de sentar na grama da Esalq e pensar na vida, mas hoje consigo fazer isso em casa; já calça de cintura baixa, isso eu deixei de gostar, mesmo.
Quando era pequena, queria ser bailarina, cantora, atriz, modelo... estou virando jornalista - imagina falar para mim pequenininha "não, você não vai ser absolutamente nada disso. Você vai virar jornalista." Seria a maior decepção da minha vida, na época.
Guardo memórias em um álbum de fotografias. Tem de tudo: fotos velhas, pulseirinha de Porto Seguro, aquela carta que eu nunca mandei e aquela outra que me mandaram, mas não deviam ter mandado. Estou reestruturando-o em duas partes: "coisas que perdi" e "coisas que ainda lembro". Na primeira, ficam as saudades que doem; na segunda, as que me fazem rir.



Enquanto arrumava as fotos, encontrei, atrás de uma delas, umas notas que não lembro por que foram parar ali, ou quando: trinta reais; presente do meu passado. Me ajudarão, em breve, a lembrar que nada dura para sempre, e que a beleza das coisas deve ser sempre apreciada por esse motivo. E, nos momentos difíceis, apenas que nada dura para sempre.

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