sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Como o ar



Nossa, há muito tempo não posto aqui... Me deu muita vontade de colocar algumas palavrinhas hoje mesmo. Mas, não escreverei nada hoje, então, achei algo muito antigo - e, até mesmo, pessoal... Mas tá valendo. Pensamentos aleatórios, como se diria aqui na FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP).
Aí vai! É antigo, mas é isso aí.



Hoje tirei várias conclusões, mas fiz mais perguntas ainda. Estou naquele dia em que você não sabe quem é, de onde veio, para que veio e por que está se sentindo assim. Ou melhor, porque não está se sentindo assim também. Hoje estou naqueles dias em que busco uma verdade ou uma mentira sobre mim. Estava me sentindo tão sozinha, tão sozinha que sempre quando me sinto assim sei que é porque não estou ali. Dai eu saio de mim e algum ser autômato vive e respira e come e sorri para as pessoas por mim.
Tive aula de filosofia oriental. Aula no bosque, exercícios com o corpo, pensamentos a princípios loucos, dos quais eu me sentia profundamente íntima.
Hoje meu amigo me disse que eu estava como Clarice Lispector em "A paixão segundo G.H": uma mulher entre aspas. Procurando ser um tripé, mesmo conseguindo me manter em duas pernas. Sim. Na mesma conversa, ele perguntou se eu confiava em mim. Silêncio profundo. Não sabia, continuo não sabendo.
Ele me perguntou se eu faria aquela brincadeira de “confiança” comigo mesma. Após algum tempo e algumas interrupções eu disse que não. Pelo menos hoje... Não, acho que sempre. Disse a ele que as pessoas confiam mais em mim do que eu mesma, ou talvez eu ache isso, não sei.
Voltando à aula de filosofia: e a minha maior conclusão de hoje. O professor mandou que andássemos pelo bosque e que nós achássemos algo com que nos identificássemos e que nós contemplássemos essa tal coisa. Teve gente que se identificou com um cachorro, outra com uma árvore, outras duas com a areia, o professor com o céu. Identifiquei-me com o ar. Sim, o ar... Nesse dia em que me sinto tão perdida, vi que sou como o ar...Me procuro a todo instante, procuro o meu eu mais profundo mas não acho... E nem me acharei... Não posso me ver, mas posso me sentir... Assim como o ar. Mesmo me sentindo o nada, como nós (do senso-comum) achamos que o ar é, também sou tudo porque o ar é tudo, há, sim, vida no ar.
Não sei dizer com as mesmas palavras que disse na hora, talvez porque minha inspiração esteja se diluindo...

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