A felicidade é relativa. O que pode ser sinônimo de realização, satisfação ou conquista para alguns pode significar derrota, frustração ou decepção para outros. Mas o que há de comum entre essas pessoas é que todas estão sempre em busca da felicidade.
Um filme recente de Woody Allen retrata muito bem essa incessante procura. “Vicky Cristina Barcelona” nos mostra que a felicidade é muito mais fácil de se alcançar do que imaginamos. Sempre colocamos barreiras, dificultamos seu acesso, talvez porque a idealizamos ou então porque temos medo de acreditar que não é o suficiente quando finalmente conquistamos tudo o que desejamos.
Cristina, personagem de Scarlett Johansson, não sabia direito o que esperava da vida, mas sabia o que não queria. Sabia que não se forçaria a cumprir o protocolo social. Não seria fazendo o que as pessoas consideram o “normal” ou o “comum” que ela finalmente se consideraria uma pessoa realizada. Cristina, diferente de muitos outros, não foi hipócrita. Simplesmente amou e se deixou amar, chegando, naturalmente, no lugar aonde seus atos a levaram.
Ao mesmo tempo em que ouvia críticas e reprovações, Cristina amou Juan Antonio (Javier Bardem), amou Maria Elena (Penélope Cruz) e formou, com eles, um triângulo amoroso no qual a única regra era viver exatamente o que sentiam, sem se importar com o “correto”. Afinal, quem pode denominar o que é “correto”? Quais os parâmetros certos a serem usados? Ninguém sabe... por isso Cristina, Juan Antonio e Maria Helena se amaram, moraram juntos, desenvolveram ódio, mágoas... viveram. E viveram intensamente e sinceramente tudo o que lhes era permitido.
Pensar que três pessoas puderam cultivar um único amor pode parecer loucura? Pode ser.. mas foi assim que eles descobriram que isso tudo era a felicidade que, sem nenhuma utopia, alcançaram.
Em uma “fábula futurista” de Aldous Huxley chamada “Admirável Mundo Novo” a sociedade é completamente organizada. As pessoas são divididas por castas, elas não sentem dor, não sofrem, não têm vontades próprias e o único sentimento que têm, a felicidade, obtêm por meio de doses regulares. Essa sociedade parece-nos algo impossível, mas, cada vez mais, torna-se mais próxima da que vivemos. Isso porque muitos estão sempre procurando seguir o protocolo social. Seria essa forma de felicidade que buscamos? Acho que não.. seja por meio de aventuras, de amores, de rancores, de loucura.. a receita é simples e única: apenas permita-se viver.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
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