sábado, 14 de agosto de 2010

O Amor na minha concepção

Acho o amor algo ainda muito complicado de se entender, pois ele não tem forma para mim, somente som. Calma que eu já explico.

Minha avó, uma das poucas formas de amar que conheço, adora sentar-se em uma cadeira espaçosa da área de sua casa e ficar batendo a aliança de casamento no braço dessa cadeira. Uma vez ela confessou que o toc toc do som da aliança faz ela lembrar do meu avô. O mais poético da história é que minha avó tem 97 anos e seu marido morreu tem pouco mais de 40 anos. Mesmo assim, todo dia à tarde ela repete o ritual do bater da aliança, com a cabeça inclinada e os olhos baixo.

Um mês atrás, porém, minha avó ficou muito doente e teve que ser internada. Desde então, nunca mais a vi com a aliança na mão esquerda. Acho que pela primeira vez, em uns 70 anos, ela deixou de usar o anel dourado. E pra falar a verdade, percebi que ela quase não frequenta mais a cadeira da área. Não sei porque, mais ainda não tive coragem de perguntar porque ela tirou a aliança.

Só sei que de tanto ouvir o toc toc, passei a relacionar amor com mãos. Acho que se um dia encontrar o amor, eu só vou ter certeza através delas: minhas mãos serão seguradas de uma maneira que todos os dedos se encaixarão, de uma forma que todo o resto do corpo ganhe um ritmo, tipo um toc toc.

Bom, só vim escrever sobre o amor para poder compartilhar um texto do John Lennon, o Apaixone-se. Minha amiga fala que ele escreveu isso antes de conhecer a Yoko, pq está tudo muito racional. Talvez, mas acho o texto lindo:


"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada dois em um: duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"

domingo, 22 de novembro de 2009

O que será de mim?

Pode ser que a mochila implore...
E talvez eu vá pra Sampa,
Ou pra Buenos Aires me mude.

E se um dia eu o encontrar,
Pode ser que sigamos juntos.
Mas se ele nunca aparecer,
Pode ser que eu nunca ame.
E se eu achar o tom,
Pode ser que escreva um livro.
Mas se eu perder o ritmo,
Talvez enloqueça.


Pode ser que eu nem mude,
Que eu nem ame,
Quem eu nem escreva...
Pode eser que a vida há de ir
E mesmo assim eu ainda permaneça.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Sinestesia

Porque eu sinto a poesia e por ela sou tocada.
Porque eu vejo as palavras...
E quando elas me visitam,
Eu posso ouvir o mundo.
Porque eu sinto a poesia e por ela sou aconchegada.
Porque eu converso com as palavras...
E quando elas vêm me beijar as mãos,
Eu posso me ouvir.

Quando meus sons dançam nos seus meus ouvidos,
Eu posso sentir o mundo,
Com todos os sentidos e todo o meu coração.
Mas o dia que o mundo silenciar,
Sei que é porque meu coração também se calou:
Já cansado de bater,
Já preguiçoso de ouvir

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Top 10: Gatos da Música!

Se é só comigo, não sei, mas tem uns caras de bandas por aí que me roubam o fôlego, mesmo quando não estão no palco! Pensando nisso, ou melhor, neles, resolvi reunir esses gatos num top 7 (não foi 10 pq eu estava estudando e não dava pra perder muito tempo!). Ñ estranhem se não encontrarem muitos músicos brasileiros na lista, mas é que belezas exóticas, como a de Nando Reis ou Samuel Rosa, não fecham balada pra mim, hehe.
Por falar em balada, já dancei muito com Can´t Stop e outras músicas desse cara. Estou falando do tio mais estiloso da lista: Anthony Kiedis, vocalista do Hed Rot. Tudo nele tem estilo, desde cabelo até as tatuagens...
7.

Outro tio que fecha balada, e pode me chamar para tracar a porta de saída, é Larry Mullen Jr, baterista e fundador do U2. É Larry, you to, and call me!
6.

Enfim um brasileiro! Tá certo que ele tem um pouquinho cara de doido, mas está aí o borogodó dele: Lirinha, vocalista do Cordel do Fogo Encantado. Bonito e intelectual, ui!
5.

O 4º lugar é moreno e tem barba por fazer. Cobinação perfeita no rosto de Adam Levine, vocalista boa pinta do Maroon 5...
4.

Falando em barba, o 3º lugar ora aparece com, ora sem...mas não importa, Brandon Flowers, vocalista do The Killers, é gato até cantando com o Tiriica!
3.

O segundo lugar não é menos lindo que o primeiro, mas perdeu pontinhos porque já morreu, aí é mancada, né! Vocalista do Doors, Jim Morrison gato.com
2.

O top da lista, meuDeus!!! Desculpem-me, sei que ele é mais ator do que músico e os clipes da banda dele são meio "momentos", mas com a beleza desse cara, ele pode até ser presidente da Somália! Jared Leto, ôláemcasaaa com esses olhos!!!
1.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Hoje acordei meio poética

Todo mundo tem um passado e fez coisas que se arrepende, ou se orgulha. Mas todas essas coisas ficam no passado, e não tem como carregar tudo, o tempo todo.
Às vezes os amigos não te acompanham, nem suas antigas habilidades, nem as coisas que você antes gostava, ou seus sonhos de infância. Você acaba se tornando alguém que nunca quis (ou imaginou) ser.
Isso é ruim? Acho que não.
Alguns amigos me abandonaram, mas também abandonei alguns. Nem sempre dá pra seguir o mesmo caminho.
Desaprendi a fazer algumas coisas que antes sabia. Parei de fazer vôlei e minha condição física é lastimável, minha guitarra foi roubada, não consigo mais imitar a Britney Spears como antes.
Ainda gosto de chocolate, mas bem menos; ainda gosto de sentar na grama da Esalq e pensar na vida, mas hoje consigo fazer isso em casa; já calça de cintura baixa, isso eu deixei de gostar, mesmo.
Quando era pequena, queria ser bailarina, cantora, atriz, modelo... estou virando jornalista - imagina falar para mim pequenininha "não, você não vai ser absolutamente nada disso. Você vai virar jornalista." Seria a maior decepção da minha vida, na época.
Guardo memórias em um álbum de fotografias. Tem de tudo: fotos velhas, pulseirinha de Porto Seguro, aquela carta que eu nunca mandei e aquela outra que me mandaram, mas não deviam ter mandado. Estou reestruturando-o em duas partes: "coisas que perdi" e "coisas que ainda lembro". Na primeira, ficam as saudades que doem; na segunda, as que me fazem rir.



Enquanto arrumava as fotos, encontrei, atrás de uma delas, umas notas que não lembro por que foram parar ali, ou quando: trinta reais; presente do meu passado. Me ajudarão, em breve, a lembrar que nada dura para sempre, e que a beleza das coisas deve ser sempre apreciada por esse motivo. E, nos momentos difíceis, apenas que nada dura para sempre.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Bodas de Prata no tatame de “Karate Kid”

Completa 25 anos a parceria, sucesso de audiência da Sessão da Tarde, entre Daniel San e o simpático Sr. Miyagi


Quem nunca foi a uma festa a fantasia e não encontrou Sr Miyagi ou nunca se machucou ao brindar de lutinha com seus irmãos e amigos fingindo ser Daniel San, que dê o primeiro golpe ninja! Eu mesma já pratiquei cerca de 8 anos de judô, e adivinha qual foi a minha influência? Pois é, e olha que talvez você ainda nem tivesse nascido quando ele passou nas telonas do cinema, mas já deve ter assistido alguns de seus filmes, pois mais que um clássico da Sessão da Tarde, “Karatê Kid” entrou para o imaginário infanto-juvenil da década de 80.
Lançado em 1984, o filme foi dirigido por John G. Avildsen, o mesmo diretor de “Rocky, Um Lutador” (1976) e “Rocky 5” (1990), escrito e estrelado pelo badalado ator Silvestre Stalone. Famoso pelas imagens que imprimiu em seu público, como a do Golpe da Águia e a da captura da mosca através de hashi, “Karate Kid – A Hora da Verdade” conta a história de aprendizado e amizade entre Daniel Larusso (Raklph Macchio) e seu mestre de artes marciais, Sr. Miyagi (Pat Morita).


Raklph Macchio, hoje 25 anos mais velho...e pensar que eu queria casar com ele!

Apesar de todos aqueles que foram influenciados mais pela Sessão da Tarde do que pelos seus próprios pais já saberem da história de trás para frente, vale a pena relembrar: tudo começa quando o jovem e tímido Daniel, novo na cidade, se apaixona por Ali (Elisabeth Shue), ex namorada do encrenqueiro Johnny (William Zabka), membro de uma gangue de playboys da academia Cobra Kai. A trama só ganha fôlego, porém, quando Daniel é socorrido por um franzino velhinho, depois de apanhar feio de Johnny e sua turma. O tal velhinho não é ninguém menos que Sr. Miyagi, o homem que ensinará toda a disciplina e magia das artes marciais para o sofredor Larusso. No melhor estilo “Deus ajuda quem cedo madruga”, o filme termina com Daniel, agora San, ganhando do valentão Johnny com direito a platéia. E tudo isso ao som da lendária Glory Of Love, de Peter Cetera, música que se tornou marca registrada do filme.
Sinopse a parte, se ao ler o início do parágrafo à cima você não concordou com a afirmação de que a Sessão da Tarde dos anos de 1980 te ensinou, pense melhor sobre o assunto. Relembre as cenas de Karate Kid em que o sábio Sr. Miyagi, por exemplo, ensinava a seu jovem aprendiz que quando não podemos com a força de nossos adversários, devemos usar nossa inteligência para derrotá-los. “Sempre quando lembro de Karate Kid, lembro do filme como uma lição de vida para superar nossos obstáculos”, afirma o universitário Bruno Giovanni, de 20 anos. O filme também nos ensinou coisas menos filosóficas, como confiar em senhores de olhinhos puxados, que pintar cerca vale mais que puxar ferro na academia, que limpar mesas e carros com as mãos em movimentos circulares é um bom treinamento e que matar uma mosca poder ser mais difícil do que socar o garoto mais popular da escola.
Mas por favor, não desmereçamos o filme por seus clichês, fatalmente também utilizados em outras longas da década de 80. E que justiça seja feita! Karate Kid se diferenciou dos outros da sua época por não trazer um personagem de estereótipo tipicamente norte americano na pele do “salvador da pátria”: não nos esqueçamos que Mr. Miyagi, educado na filosofia e disciplina das artes marciais, exaltava os ensinamentos de uma cultura Oriental, o que influenciou a vida do protagonista (esse sim, americano). “O filme fez do Karatê algo mais popular ao mostrar sua cultura”, concorda o universitário Adriano Coelho, de 21 anos.

Pat Morita e o Golpe da Águia

Não é a toa que o longa foi um grande sucesso de público quando foi lançado, e até hoje se mantêm popular. Fato, é que até o presidente norte-americano, Barack Obama, foi relacionado ao Mestre Miyagi ao matar uma mosca durante uma entrevista para o canal de TV CNBC, na Casa Branca. Outro fato que marca o sucesso de Karate Kid é a futura refilmagem que a trama ganhará, batizada como “Kung Fu Kid”. O responsável pelo trabalho será o ator hollywoodano Will Smith, em parceria com o famoso produtor Jerry Weintraub. O remake levará a história para a China (antes era nos Estados Unidos) e trará Jackie Chan como o mestre e o filho de Smith, Jaden Smith, como Dre (equivalente a Daniel). Vale lembrar que até Hilary Swank, vencedora do Oscar por duas vezes, por “Meninos Não Choram” (1989) e “Menina de Ouro” (2004), também já participou de uma continuação de Karate Kid.
Enfim, não tem como negar que Karate Kid é o que há de mais pop na cultura pop. E quem não concordar, que me faça dois favores: 1) que não brinque mais com o Golpe da Águia; 2) e que respeite o primeiro favor. Arigatô!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Como o ar



Nossa, há muito tempo não posto aqui... Me deu muita vontade de colocar algumas palavrinhas hoje mesmo. Mas, não escreverei nada hoje, então, achei algo muito antigo - e, até mesmo, pessoal... Mas tá valendo. Pensamentos aleatórios, como se diria aqui na FAAC (Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP).
Aí vai! É antigo, mas é isso aí.



Hoje tirei várias conclusões, mas fiz mais perguntas ainda. Estou naquele dia em que você não sabe quem é, de onde veio, para que veio e por que está se sentindo assim. Ou melhor, porque não está se sentindo assim também. Hoje estou naqueles dias em que busco uma verdade ou uma mentira sobre mim. Estava me sentindo tão sozinha, tão sozinha que sempre quando me sinto assim sei que é porque não estou ali. Dai eu saio de mim e algum ser autômato vive e respira e come e sorri para as pessoas por mim.
Tive aula de filosofia oriental. Aula no bosque, exercícios com o corpo, pensamentos a princípios loucos, dos quais eu me sentia profundamente íntima.
Hoje meu amigo me disse que eu estava como Clarice Lispector em "A paixão segundo G.H": uma mulher entre aspas. Procurando ser um tripé, mesmo conseguindo me manter em duas pernas. Sim. Na mesma conversa, ele perguntou se eu confiava em mim. Silêncio profundo. Não sabia, continuo não sabendo.
Ele me perguntou se eu faria aquela brincadeira de “confiança” comigo mesma. Após algum tempo e algumas interrupções eu disse que não. Pelo menos hoje... Não, acho que sempre. Disse a ele que as pessoas confiam mais em mim do que eu mesma, ou talvez eu ache isso, não sei.
Voltando à aula de filosofia: e a minha maior conclusão de hoje. O professor mandou que andássemos pelo bosque e que nós achássemos algo com que nos identificássemos e que nós contemplássemos essa tal coisa. Teve gente que se identificou com um cachorro, outra com uma árvore, outras duas com a areia, o professor com o céu. Identifiquei-me com o ar. Sim, o ar... Nesse dia em que me sinto tão perdida, vi que sou como o ar...Me procuro a todo instante, procuro o meu eu mais profundo mas não acho... E nem me acharei... Não posso me ver, mas posso me sentir... Assim como o ar. Mesmo me sentindo o nada, como nós (do senso-comum) achamos que o ar é, também sou tudo porque o ar é tudo, há, sim, vida no ar.
Não sei dizer com as mesmas palavras que disse na hora, talvez porque minha inspiração esteja se diluindo...